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Piauiense que mora no RS mudou de casa 3 vezes em 3 dias para escapar de enchentes: ‘aconteceu muito rápido’

A estudante piauiense Graziela Rocha, de 23 anos, que mora no Rio Grande do Sul, mudou de “casa” três vezes desde o último sábado (4), quando a água inundou a rua onde ela morava.

A jovem passou a noite de domingo (5) e a madrugada desta segunda-feira (6) em um abrigo em Porto Alegre, onde trabalha como voluntária, e se prepara para viajar para Alvorada, para ficar na casa de parentes.

Graziela divide com uma amiga um apartamento no primeiro andar, no bairro Floresta. Na sexta-feira (3), começaram a chegar as previsões de que o local ficaria inundado. Mas ela conta que os moradores e colegas duvidavam que a situação fosse ficar tão séria.

“Na sexta, eu ainda estava pensando se saía ou não. Achava que tudo voltaria ao normal na segunda. É normal alagar um pouco por aqui, quando tem cheia, mas isso que aconteceu, nenhum gaúcho viu até hoje”, comentou.

A dúvida acabou ainda nosábado (4). Sem energia elétrica em casa e com anúncio de que faltaria água, ela deixou a casa e pediu abrigo a um amigo, no bairro Cidade Baixa.

No dia seguinte, domingo (5), a água chegou também no Cidade Baixa. Ela e o amigo tiveram que sair. “Tem acontecido muito de uma pessoa lhe ajudar hoje e, no dia seguinte, ela também precisa de ajuda”, comentou Graziela.

Entre a noite de domingo (5) e a manhã de segunda-feira (6), Graziela passou trabalhando com voluntária num abrigo que fica num centro esportivo, com cerca de 500 outros desabrigados.

População se abriga em centro esportivo em Porto Alegre - Piauiense que mora no RS relata seguidas mudanças de casas para escapar de enchente: 'aconteceu muito rápido' — Foto: Arquivo pessoal/ Graziela Rocha

População se abriga em centro esportivo em Porto Alegre – Piauiense que mora no RS relata seguidas mudanças de casas para escapar de enchente: ‘aconteceu muito rápido’ — Foto: Arquivo pessoal/ Graziela Rocha

Agora, ela se prepara para viajar até Alvorada, para ficar abrigada na casa de um tio. “A situação lá também está caótica, mas um pouco melhor porque ele mora num lugar alto”.

Graziela mora em Porto Alegre desde 2021, e nesses três anos conquistou amigos e ganhou um pouco do sotaque gaúcho, que misturou com o piauiense. Ao comentar a situação da cidade que adotou, não consegue segurar as lágrimas.

“Eu estou abalada. Foi tudo muito rápido, mas a minha situação é uma das melhores. Muitos amigos meus perderam tudo. A situação é muito triste, independente do quanto você está perto”, lamentou Graziela.

Situação das chuvas no RS

 

Imagem de drone mostra voluntários procurando por moradores isolados em Canoas, no Rio Grande do Sul, em 5 de maio de 2024 — Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

Imagem de drone mostra voluntários procurando por moradores isolados em Canoas, no Rio Grande do Sul, em 5 de maio de 2024 — Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde 29 de abril já deixaram 83 mortos e 111 desaparecidos. 364 dos 497 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 873 mil pessoas, de acordo com a Defesa Civil. 149,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 20 mil em abrigos e 129,2 mil desalojadas (nas casas de familiares ou amigos).

A tragédia no estado está associada a correntes intensas de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia, que aumentou a força da chuva, e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.

Apesar da pausa na chuva, o nível do lago Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. O limite de inundação é de 3 metros totais, uma medição realizada na manhã desta segunda-feira (6) mostrou o patamar de 5,26 m.

Fonte: G1 Piauí

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