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Mais de 850 pessoas aguardam na fila de transplantes de órgãos no Piauí

A fila de espera de pacientes aguardando por uma doação de órgão no Piauí sofre alterações a cada ano. Nos últimos três anos, o Estado teve uma redução na quantidade de pacientes que aguardam o transplante de córnea, devido à realização de mais de 200 transplantes por ano. Isso fez com que a lista diminuísse de 500 para 350. De janeiro até a metade de agosto, o Piauí já realizou 175 transplantes de córnea. Entretanto, a fila de pacientes aguardando por um transplante de rim aumentou e, hoje, cerca de 500 pacientes aguardam na fila.

“O rim tem uma peculiaridade, quem está na fila é porque não tem alguém da família para doar. E esse transplante depende do diagnóstico de morte encefálica, que, no momento, só está sendo realizado em Teresina”.

Lourdes VerasCoordenadora Estadual da Central de Transplante do Piauí

Cada órgão tem uma fila de espera específica, baseada na Lei nº 9.434/1997, no Decreto nº 2.268/1997 e na Portaria GM/MS nº 2.600/2009. A principal característica das listas é que elas não funcionam por ordem de chegada, em que o primeiro a se inscrever receberá o órgão antes do segundo e assim consecutivamente. No caso da lista de transplantes de órgãos, os critérios obedecem a condições médicas específicas para cada órgão ou tecido. São vários os fatores determinantes: compatibilidade dos grupos sanguíneos, tempo de espera, gravidade da doença, histocompatibilidade tecidual (compatibilidade genética).

Lourdes Veras, coordenadora Estadual da Central de Transplante do Piauí - (Assis Fernandes / O DIA)Assis Fernandes / O DIA

Lourdes Veras, coordenadora Estadual da Central de Transplante do Piauí

“Quando um órgão chega, fazemos um estudo e inserimos os dados no programa do Ministério da Saúde, e eles fazem o rastreio do mais compatível com esse doador. Quanto mais igual, maiores são as chances de compatibilidade. Isso significa dizer que esse órgão pode acabar sendo mais compatível com um paciente que só está na lista há três dias do que um paciente que está há três anos”, explica Lourdes Veras.

Central de Transplantes do Piauí, 24 anos de novas vidas

A Central de Transplante é um órgão essencial no processo de doação e transplante de órgãos. Ela regula todas as etapas, desde a notificação de potenciais doadores em unidades de terapia intensiva até os trâmites necessários em casos de morte encefálica. O processo inclui a entrevista com familiares e a logística para o transporte dos órgãos e dos pacientes.

O sistema é cuidadosamente regulamentado, auditado e seguro, seguindo critérios internacionais para a distribuição de órgãos. As regulamentações são federais e administradas pela Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), do Ministério da Saúde, mediante um sistema informatizado.

A Central de Transplante do Piauí foi inaugurada em 25 de setembro de 2000, inicialmente credenciada para transplantar rins, córneas e corações. Naquela época, a infraestrutura para transplantes em hospitais públicos era limitada, então os procedimentos começaram na rede privada credenciada pelo SUS. Em 2010, os transplantes foram concentrados no Hospital Getúlio Vargas (HGV), que realiza transplantes de rins, tanto de doadores falecidos quanto de vivos, sendo estes últimos realizados entre familiares. O Hospital da Unimed realiza apenas transplantes de rins em pacientes vivos.

Setembro Verde

Setembro Verde é uma campanha de conscientização sobre a importância da doação de órgãos e tecidos para transplantes. O mês de setembro é dedicado a promover a informação e a sensibilização sobre a doação de órgãos, destacando a necessidade de aumentar o número de doadores e melhorar a qualidade de vida de pessoas que esperam por um transplante.

Durante o Setembro Verde, diversas atividades são realizadas, incluindo campanhas educativas, eventos de conscientização, palestras e ações de mobilização social. A ideia é informar a população sobre como a doação pode salvar vidas e esclarecer dúvidas sobre o processo de doação e transplante. O objetivo é também desmistificar e reduzir as barreiras culturais e emocionais relacionadas à doação de órgãos.

Fonte: O Dia

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