IBGE lança novo mapa-múndi com o Brasil no centro e visão invertida do globo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma nova versão oficial do mapa-múndi, trazendo o Brasil ao centro da representação cartográfica e adotando uma orientação invertida em relação ao modelo tradicional. A iniciativa, anunciada pelas redes sociais do presidente do órgão, Márcio Pochmann, e publicada na agência de notícias do IBGE, integra uma série de ações voltadas à valorização do Sul Global e à nova posição geopolítica do Brasil no mundo.
A principal novidade é a inversão da orientação do mapa, que passa a mostrar o Sul no topo e o Norte na parte inferior. Com isso, a América do Sul assume posição de destaque visual, em contraste com os mapas convencionais que privilegiam a América do Norte e a Europa. Segundo Pochmann, essa mudança simbólica busca “reafirmar a importância do Brasil, do Mercosul e dos países do BRICS no novo contexto global”.
Além da inversão, o novo mapa destaca em cores os países que integram o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Mercosul, as nações de língua portuguesa e o bioma amazônico. O documento ainda marca o Rio de Janeiro como “capital dos BRICS” e Belém como “capital da COP 30”, em alusão ao evento climático que será sediado pela cidade paraense em 2025.
Em nota técnica, o IBGE argumenta que “não existe uma razão técnica para colocar os pontos cardeais nas direções convencionais e, portanto, a representação tradicional é tão correta quanto a representação invertida”. A nota afirma ainda que o novo mapa “integra uma série de ações estratégicas para a reflexão e o debate sobre a importância do Sul Global, em meio à crescente importância do Brasil no cenário internacional e às mudanças geopolíticas mundiais”.
Os novos mapas estão disponíveis para compra no site da agência de notícias do IBGE, com preços que variam entre R$ 15 e R$ 90, dependendo do tamanho escolhido, além do valor do frete.
A proposta reforça o discurso do atual governo de reposicionar o Brasil como ator central em temas como meio ambiente, desenvolvimento sustentável e cooperação entre países emergentes. A nova cartografia, segundo especialistas, também pode contribuir para uma maior conscientização geográfica e cultural sobre diferentes formas de enxergar o mundo.
Fonte: R10